Como surgiu?

Bom dia! Eu não queria queimar todas as minhas fichas de posts assim de uma vez. Mas eu senti falta de colocar um pouco do histórico da atividade física adaptada e esporte paraolímpico.

Como vocês acreditam que fomento mesmo da prática dessas atividades adaptadas a pessoas com deficiência surgiu? Quando a gente acredita que grande parte das pessoas adquirem alguma deficiência é por causa de violência na sociedade atual, a gente só pensa no lado ruim das coisas. Ah, violência, guerra, é tudo ruim, só traz coisa ruim para gente, desgraça… deu para entender o que eu quis falar né? Pois é. Só que o curioso é que o Brasil hoje é uma das potências do esporte paraolímpico por causa dos grandes índices de acidentes de carro, violência, tiroteio, e por aí vai. Eu não digo nunca, porém que isso é uma coisa boa, apenas uma explicação, sem tirar o mérito dos nossos grandes atletas, seus treinamentos, determinação, garra etc. Jamais!

Indo direto ao ponto que eu gostaria de ter chegado é: as práticas de esporte para pessoas com deficiência (mais esporte do que “atividade”, porque “atividade é muito geral) foi depois da segunda grande guerra. Bom, isso sem contar nas inovações tecnológicas, fabricação de novos medicamentos. Mais uma vez, eu não estou dizendo que a guerra é uma coisa boa. Estou querendo dizer que ela não é só desgraça. Talvez por causa de uma guerra, todos nós hoje estamos vivos devido a fabricação de medicamentos mais eficazes, tratamentos, desenvolvimento de tecnologias avançadas de comunicação, computadores e uma gama de coisas que hoje são comuns na nossa vida, mas que foi “preciso” na época da guerra para a sobrevivência ou coisa do tipo.

O nosso glorioso médico alemão chamado Ludwig Guttmann foi que projetou esse esquema de reabilitação de soldados mutilados e lesionados medulares que voltavam da grande guerra. Ele viu no esporte uma possibilidade muito além da clínica, como a de também integração pessoal, maior convívio, aumento da auto-estima, já que a prolongada permanencia nos centros de reabilitação acabou criando um tédio para os jovens veteranos da guerra, e aí a prática do esporte favoreceu o início dos esportes sobre rodas.

Antes do Guttmann, já havia a chamada ginástica médica tendo nomes como Philippe Pinel, Henrik Ling Nils Posse considerados os pais da atividade física adaptada. Tait Mackenzi, americano, médico e professor com o livro Exercise in Education and Medicine. Josephine Rathbone, americana, fisioterapeuta, educadora física e professora, que também lançou um livro chamado Corrective Physical Education. E antes deles todos já havia o Jean-Marc Itard (1777-1839), médico francês, que fez o modelo educacional, que utilizava  atividades sensório-motoras que tinha o objetivo de desenvolver o potencial de indivíduos com deficiência mental e sensorial.

Todas essa informações eu obti através do livro a Eliane Mauerberg-deCastro de 2005, onde ela fala do histórico da atividade física adaptada muito melhor do que eu, e outras cositas mais, que vale a pena dar uma conferida. Ouvi falar que vai sair uma versão mais atual, mas não tenho certeza.

De forma bem empírica, e resumida, a guerra também traz coisas que podem salvar vidas no futuro. Obviamente eu nunca defenderei o surgimento de uma guerra porque eu me coloco no lugar das pessoas que estão em fogo cruzado, completamente impotentes e na grande maioria das vezes entram na estatística de mortes da guerra e de suas desgraças. Mas eis de onde surgiu o grande ” boom” do esporte adaptado, pois antes disso quem tinha alguma deficiência sofria horrores, era vítima do ostracismo, tratado como loucos, como criaturas horripilantes, ridicularizadas ou postas em circos, quando não mortas mesmo.

Hoje a história tá mudando, mas a gente ainda pode fazer muito mais por essas pessoas. Quem gostar de filmes bons, eu recomendo um que fala de uma menina que ela é cega e surda, que nele dá para ter uma idéia de como eles tratavam a deficiência dela. O nome do filme é “O Milagre de Anne Sullivan”. É antigo e bom!

Camila


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